Brasil

Cânions em Cambará do Sul – Rio Grande do Sul – Itaimbezinho e Fortaleza

Na primeira semana de dezembro fomos visitar um destino que é perto daqui de Florianópolis, mas eu nunca tinha ido: no Parque Nacional de Aparados da Serra, mais precisamente nos Cânions de Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul (quase aqui na divisa com Santa Catarina).

O que muita gente não considera, é fazer esse passeio combinado com uma ida à Serra Gaúcha, em Gramado e Canela. Nós ficamos um dia lá (pra ver o Natal Luz de Gramado) e no dia seguinte bem cedo fomos para os Cânions, que ficam pouco mais de uma hora de Gramado.

Como chegar

A cidade base para visitar os Cânions mais conhecidos é Cambará do Sul. Pra quem vem de avião, o aeroporto mais perto é em Porto Alegre, que fica cerca de 3h30 de distância via RS-020. Vindo pelo RS, acessar o trevo para Cambará do Sul (na Rota do Sol ou RS-020). (Gramado fica no meio do caminho, 2 horas de viagem de Porto Alegre e pouco mais de uma hora até Cambará.)

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Pra quem vem de Santa Catarina, há duas opções: pela Serra Catarinense, saindo de Lages, passando por Vacaria e Bom Jesus (cuidado com os buracos) é um pouco menos de 4 horas de viagem, ou pelo litoral, descendo pela BR-101. Saindo de Florianópolis são cerca de 5h3o de viagem. No site do ICMBio achei essa explicação: Entrada do acesso para São João do Sul – Praia Grande (21 km pela SC290 – antiga SC450 – até Praia Grande) e 23 km de estrada de terra até a entrada do Parque, subindo pela Serra do Faxinal (SC290, depois RS 427).

Quantos dias

Nós fizemos tudo em um dia, o que não é o ideal, pois precisamos deixar de fazer algumas trilhas (e de almoçar também, haha). Pra conhecer tudo com calma, conte três dias inteiros, contando com a sorte de serem três dias de tempo bom, já que tempo ruim reduz muito a visibilidade da paisagem e também não é recomendado para fazer as trilhas.

Onde ficar

Antes de ir eu li várias recomendações de que além de Cambará, também dá pra ficar em São José dos Ausentes e São Francisco de Paula, mas eu indico ficar em Cambará mesmo, que é a cidade mais próxima e central pra todos. A cidade é bem pequena, mas tem vários hotéis e pousadas. Nós ficamos em uma mais afastada da cidade, na estrada. Se você for ficar mais dias, recomendo pegar uma mais próxima da cidade possível. 🙂

Cânion Itaimbezinho

Essa foi nossa primeira parada. Saímos cedo de Canela e chegamos na entrada do Itaimbezinho por volta das 10h da manhã. Para chegar lá tem indicações da entrada em Cambará, e o caminho é por estrada de chão, por cerca de 40 minutos. Não tinha chovido no dia anterior, então a estrada não estava ruim. Fomos com um carro comum (não esportivo) e não tivemos problema no caminho.

No site do ICMBio tem esse aviso: Alguns GPS tem orientado os motoristas a acessar o Parque por uma entrada antes de chegar ao Centro de Cambará do Sul/RS. Esta entrada ESTÁ INTERDITADA HÁ ANOS. O acesso ao Parque Nacional de Aparados da Serra deve ser feito: (a) ou entrando no centro de Cambará do Sul/RS e pegando a estrada na esquina do Supermercado Pioneer, (b) ou acessando a zona rural de Cambará via Estrada do Crespo (entrada ao lado do Cambará Lodge) – essa foi a entrada que usamos – e dobrando à direita no cruzamento do Morro Agudo, (c) ou, para quem vem de Praia Grande/SC em direção à Cambará do Sul/RS, subindo a Serra do Faxinalzinho, a estrada passa em frente à portaria do Parque.

Esses Cânions são cuidados pelo ICMBio, mas nos dias que visitamos, por algum motivo (temporário), não estavam cobrando a entrada, apenas pediam uma contribuição voluntária. Pelo que eu havia pesquisado, a entrada custa R$ 17 para estrangeiros e R$ 8 para brasileiros, mais R$ 15 de estacionamento por carro.

O parque fica aberto para visitação de terça à domingo, das 8h às 17h. A entrada na Trilha do Cotovelo, por ser mais longa, só é permitida até às 15h.

Logo depois do estacionamento tem o staff do parque, que dá dicas e informações sobre o local. Também tem banheiros e bebedouro para encher as garrafinhas da água. Esse Cânion tem mais estrutura e perto da borda tem placas e limitações sobre até onde é seguro ir. No Cânion Fortaleza não tem nada disso.

Nesse Cânion, nós fizemos as duas trilhas da borda:

  • Trilha do Cotovelo: tem 6km entre ida e volta, mas é super leve, um caminho todo plano (é uma estrada desativada). Segundo o guia, essa trilha leva à um lugar com visibilidade de 70% do Cânion. Levamos 40 minutos para ir e 40 para voltar, andando mais rapidinho.

  • Trilha do Vértice: tem pouco mais de 1km e é muito fácil, toda calçada. Tem só 30% de visibilidade do Cânion, mas tem uma vista linda para a Cachoeira. Em menos de 30 minutos você faz toda ela.

Outra opção de trilha que não fizemos é a Trilha do Rio do Boi, na parte de baixo do Cânion. Esse é um passeio de um dia inteiro, pois são 14km entre ida e volta. É recomendado contratar um guia e a entrada só é permitida até às 13h. A entrada para essa trilha é pelo Posto de Informação e Controle do Rio do Boi, que fica no município de Praia Grande, SC.

Cânion Fortaleza

Saindo do Itaimbezinho, fomos direto para o Cânion Fortaleza. Fica há cerca de 1 hora de distância do Itaimbezinho, é preciso voltar para a cidade e de lá pegar outra estrada. São 10km de asfalto mais 8km de estrada de chão, essa estrada um pouco pior que a de Itaimbezinho, por ter mais daquelas pedras grandes. Outro problema: na cidade estava um dia lindo, conforme fomos nos aproximando do local o tempo foi fechando por neblina.

Esse Cânion tem bem menos estrutura que o de Itaimbezinho. Tem só um banheiro improvisado na entrada e uma torneira para água, por isso não esqueça  do seu lanche e água.

Mas ele é impressionante e ainda mais bonito que o primeiro e isso você vê sem fazer a trilha, já na Borda do Cânion (que chama de trilha, mas é só um caminho fácil de 300m). Tem cerca de 7km de extensão e em alguns pontos chega a 900m de profundidade. É um dos lugares mais bonitos e impressionantes que já visitei na vida.

Lá não tem cercas/cordas/placas limitando a borda, por isso precisa ter muito cuidado. O acompanhamento de um guia não é obrigatório, mas é recomendado.

Trilhas do Cânion Fortaleza:

  • Trilha da Borda do Cânion: Fica há poucos metros do estacionamento e tem uma das vistas mais lindas do mundo (opinião Viajapinha). Essa região já foi cenário de várias novelas! 😀

Olha o que eu falei sobre dar medo e não ter cercas, haha
Vale a pena!

  • Mirante do Fortaleza – 3,2km: É acima da Borda do Cânion, uma subida de menos de 2km. Tem, sem neblina, uma visão de 95% do Cânion e é possível ver os litorais gaúchos e catarinenses. Nós chegamos lá e o tempo estava todo encoberto, por isso não fizemos. Dizem que leva cerca de 2 horas. 🙁
É aquele lá no fundo
  • Trilha da Cachoeira do Tigre Preto: Entre ida e volta leva 3km. Tem visão de 10% do Cânion e para as quedas d´água. Nós não fomos, pois optamos pela Trilha da Pedra do Segredo.
  • Trilha da Pedra do Segredo: Tem sinalização para a entrada dessa trilha, mas o estacionamento é bem pequeno, se não tiver nenhum carro você nem percebe, haha. A trilha não é pesada, mas tem uma parte tensa, que é atravessar o rio, que tem muitas pedras grandes e lisas. Precisa tirar o tênis e se concentrar nas pisadas, haha. Mas a vista do outro lado vale o pequeno desafio. O objetivo dessa trilha é chegar na Pedra do Segredo, que é uma pedra de 5m de altura e 30 toneladas, equilibrada em uma base de 50cm. A neblina fechava e abria, então tenha paciência que você vai conseguir ver a Pedra. A ida e a volta levamos cerca de 1h30 também.
Esse é o rio, mas a travessia é lá na frente, perto da queda d’água.
Aqui é onde atravessa – observe a neblina se formando lá atrás.. e era um dia ensolarado. 🙁

Essa é a Pedra do Segredo

O que levar: Lanche, água, protetor solar, roupas confortáveis, tênis, disposição e câmera.

Depois da última trilha, já era passado das 17h e estávamos com fome (ninguém tinha almoçado ainda). Então voltamos para a Cambará e almoçamos/jantamos no restaurante A Taberna, um dos poucos abertos e com uma comida deliciosa. (Mais um selo Viajapinha de aprovação, haha)

No dia seguinte saímos cedo pra pegar a estrada, por isso não deu tempo de conhecer outras trilhas. O Cânion Malacara também não é muito longe e daria pra encaixar nesse mesmo passeio.

Vou editar o vídeo com algumas filmagens que fizemos e assim que tiver pronto eu posto aqui. 😉

O Viajapinha é parceiro do Booking, por isso, ao fazer a reserva da sua hospedagem por um de nossos links, você me ajuda a manter o blog, pois ganhamos uma pequena comissão, e você não paga a mais por isso. (no link do banner já direciona para os hotéis em Cambará):

@thaiskw

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  • Obrigado por compartilhar seus conhecimentos.

    A vida é como uma câmera. Foque no que é importante, capture bons momentos, desenvolva a vida a partir de negativos. E, se as coisas não derem certo, tire outra foto.

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