Last Updated on 16 de novembro de 2024 by @thaiskw
Nesse último mês de agosto eu realizei um dos meus sonhos: o de conhecer os Lençóis Maranhenses <3. Eu fui com uma expedição organizada pela Sthe Memeli. Foi a primeira vez que ei viajei dessa maneira, a Sthe organiza todo o roteiro, eu não conhecia ninguém das pessoas do grupo e foi tudo incrível! Destino lindo, companhias legais e um roteiro maravilhoso.
Mas como eu já queria ir pra os Lençóis Maranhenses há muitos anos, eu passei muito tempo pesquisando sobre o destino e esse post é pra contar um pouco sobre o que eu já sabia e se confirmou, o que aprendi e vi e o que eu recomendo. Como chegar, onde ficar e qual a melhor época para conhecer os Lençóis Maranhenses.
Sobre os Lençóis Maranhenses
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é uma área de conservação brasileira localizada no nordeste do Maranhão. Foi declarado como parque nacional em 1981. Tem 1550km2 e para se ter uma ideia da sua dimensão, representa uma área maior do que a cidade de São Paulo – eu fiquei bem impressionada com essa informação, haha. O parque é administrado pelo ICMBio. Por cuidado com a natureza e também para evitar que as pessoas se percam (tem algumas histórias assim), não é permitida a entrada no parque sem um guia autorizado. Ou seja, não tem como você entrar lá no seu carro próprio.
Tem uma paisagem única no mundo, só aqui você encontra essa imensidão de areia (ainda que não seja considerado um deserto) com lagoas entre as dunas. Por isso, recebe turistas do mundo inteiro, nós vimos muitos europeus nos dias que estávamos lá. O parque tem o bioma do Cerrado, mas pela sua localização também possui características do bioma da Amazônia e Mata Atlântica.
Se chama Lençóis porque visto de cima, dizem que parece um lençol jogado na cama. Aliás, quem quiser ver o parque de cima pode contratar um sobrevoo de monomotor partindo de Barreirinhas, custa entre R$ 500 e R$ 600.
Como chegar nos Lençóis Maranhenses?
Chegando de avião, a maneira mais comum (e acredito que também a mais em conta) é pelo Aeroporto de São Luís. Foi assim que eu fiz e ainda cheguei um dia antes para curtir a capital maranhense (vale a pena e indico muito, São Luís é linda!).
A Azul tem voos diários para Barreirinhas saindo de São Luís, mas pelo que pesquisei aqui, os valores são bem mais altos do que ir para São Luís + van. De qualquer maneira, vale conferir essa opção.
Saindo de São Luís é preciso contratar um transfer até Barreirinhas, a principal base para conhecer os Lençóis. São cerca de 4 horas de viagem e além de ser quase todo em pista simples, achei o caminho um pouco esburacado, por isso não recomendo ir com carro alugado. Até porque, chegando lá você precisará contratar os passeios com as agências, não pode ir para as lagoas em carro particular.
Eu fui com o transfer da expedição, mas os serviços que eu havia pesquisado (mas não usei, então não é exatamente uma recomendação, haha) foram:
Gi Connect: Hoje, setembro de 2022, custa R$ 110 o trecho SLZ – Barreirinhas e Barreirinhas – SLZ. Eles também possuem passeios nos Lençóis, comento abaixo. 😉
CoopCart: A cooperativa dos transportes de turismo dos Lençóis Maranhenses.
Dependendo da agência que você contratar, pode ver se eles oferecem esse serviço. Se você organizar um pacote fechado para o seu grupo (e não os passeios separados), normalmente já inclui esse trajeto.
Quando visitar os Lençóis Maranhenses?
Eu por muito tempo quis visitar os Lençóis Maranhenses, mas além de toda a organização necessária, tinha um outro fator: a região tem uma temporada bem específica (e relativamente curta) para ir e encontrar as lagoas cheias.
Isso porque as lagoas são formadas por água da chuva (sim, são de água doce!). A temporada de chuvas na região dos Lençóis normalmente é no primeiro semestre, entre os meses de janeiro e maio/junho. É nesse período que as lagoas vão encher e ficam lindas como vemos nas fotos.
Então, a melhor época para visitar os Lençóis Maranhenses é entre meados de junho e final de agosto. Nesse período você vai encontrar as lagoas já bem cheias e com pouquíssima chance de chover. Eu acredito que o melhor mês seja o de julho, porque as lagoas ficam mais azuis, mas eu fui no final de agosto e a experiência foi igualmente incrível. A partir de setembro elas começam a secar e pelo que li, se você for entre novembro e abril só encontrará as lagoas perenes, que não são muitas.
Por nesses meses serem alta temporada, é importante se programar bem, comprar as passagens aéreas e fazer as reservas de pousadas com antecedência e estar ciente que os preços também podem ser mais altos.
É claro que você pode visitar os Lençóis quando você quiser/puder, mas é sempre bom ter a expectativa alinhada do que você vai encontrar por lá e que indo fora da temporada de lagoas, pode encontrar bem poucas ou pegar muita chuva e atrapalhar o seu passeio. Ouvi dizer que fora da temporada é uma paisagem completamente diferente. 😉
Onde ficar nos Lençóis Maranhenses?
Para a sua viagem nos Lençóis tem três cidades ‘base’ principais: Barreirinhas, Santo Amaro e Atins. Isso não quer dizer que você precise ficar em todas elas. Dizem que cada base oferece experiências e lagoas diferentes e eu acredito que vale a pena conhecer as três, mas tudo depende de quantos dias de viagem você tem. Nós em quatro noites passamos uma em Barreirinhas e três em Atins, não conheci Santo Amaro dessa vez. Com essa quantidade de dias, seria um pouco de desperdício de tempo colocar mais uma base. Mais de sete dias, já acho que é tranquilo para conhecer as três. Com menos dias, eleja menos lugares, assim você consegue aproveitar bem os escolhidos e não ficar na correria.
- Barreirinhas é a maior delas, onde a maioria das pessoas fica especialmente com poucos dias. Tem mais estrutura, como mais oferta de pousadas, supermercados, farmácias etc. Tem vários passeios com as agências saindo de lá. É de Barreirinhas que você pode contratar o passeio de sobrevoo sobre os Lençóis.
Pousadas em Barreirinhas que eu tinha salvo aqui (eu não me hospedei e não conheço, mas deixo a listinha que eu tinha feito pra mim considerando preço e nota do Booking, ok?):
– Pousada do Buriti: Essa foi a que ficamos, pertinho do centro e muito gostosa 🙂
– Pousada Igarapé
– Pousada do Porto
– Pousada d’Areia
– Encantes do Nordeste: Parece ser linda, mas também um pouco mais afastada do centrinho.
- Santo Amaro eu não fui, mas ouvi muito falar sobre ter as lagoas mais bonitas. Pelo que pesquisei, é um meio termo entre Atins e Barreirinhas.
Pousadas em Santo Amaro que eu tinha salvo aqui – não fiquei em Santo Amaro, então minha recomendação são só das pesquisas que eu havia feito:
– Vila Capininga Eco Pousada
– Pousada Flor do Deserto
– Pousada Andorinhas
- Atins foi onde ficamos a maior parte do tempo, passamos três noites lá. É a mais roots de todas, mas eu amei muito. Pra chegar lá é de barco, pra ir fomos em um passeio que levou o dia todo porque paramos em Vassouras, Caburé e Mandacaru e também para ver a Revoada dos Guarás. Mas pra voltar foi uma hora direto entre Atins e Barreirinhas. Pra fazer esse traslado eu recomendo que você já encontre uma agência para deixar contratado esse passeio.
Atins está crescendo e hoje já tem uma oferta maior de restaurantes, mas ainda é bem remota. Celular pegou somente quem tinha Vivo, as demais operadoras não, mas tínhamos uma wifi boa na pousada. A vila é toda de areia fofa, o que torna cansativo caminhar mesmo pequenas distâncias (especialmente quando tem sol forte). Os carros são todos 4×4 ou quadriciclos e você pode chamar eles pra se deslocar, chama de quadritáxi, hahaha (e claro, paga por isso).
Pousadas em Atins que eu tinha salvo aqui – pra Atins minha recomendação é ficar mais perto da rua principal, especialmente se você ficar por mais dias. Assim não fica dependente de transporte pra sair pra jantar, por exemplo:
– Jurará e Vila Jurará: Nós ficamos no Vila Jurará, que tem os quartos superiores e o Jurará mais standard. A localização é excelente, a poucos metros da rua principal, mas pra melhorar poderia ter frigobar no quarto e televisão (fez pouca falta, mas um dia que chegamos mais cedo percebi que poderia ter). A área externa é deliciosa.
– Pousada Irmãos Atins
– Pousada Vettore
– Vila Aty Lodge: Achei esse lindo, mas pelas fotos (e pelo preço, haha), já da pra ver que é mais boutique.
– Pousada Eureka: Assim como o Vila Aty, parece ser mais boutique e tem o preço mais elevado em relação às outras que indiquei.
Como fazer os passeios nos Lençóis Maranhenses?
Confesso que eu não achei tão simples organizar uma viagem para os Lençóis. Eu iria sozinha e tive muita dificuldade em encontrar informações para uma viajante solo querendo fazer o próprio roteiro. Então encontrei o expedição da Sthe e para essa primeira vez por lá, achei que foi super acertado, assim já fui com tudo organizado e não precisei me preocupar com nada.
Para visitar o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é preciso contratar uma agência autorizada. Não é permitida a entrada de carros particulares por lá, então você é obrigada a ir com um passeio contratado.
Vale também você conversar com a sua pousada se eles tem indicação de agência.
São diversas as agências que fazem os passeios, chegando em Barreirinhas você verá pelas ruas. Mas indico que você já tenha agendado os seus passeios antes de ir ou pelo menos conhecer as principais agências, para não correr o risco de chegar lá e não conseguir ou chegar lá e acabar contratando um passeio irregular.
A agência que fomos com a Sthe foi a Caetes Expedições. Eles não tem uma pacote fechado para viajante individual (de grupos maiores em que você possa comprar tudo já pronto, a não ser nessas expedições organizadas por terceiros), você contrata o roteiro completo de acordo com o número de pessoas com você. No site você vai ver algumas sugestões de roteiros já prontos. Outra opção é contratar por passeio/lagoa por dia.
Eu cheguei a cotar com eles para ir com mais 4 pessoas e é possível personalizar o passeio dessa forma. Eu tinha pedido um roteiro de sete dias com base nas três cidades, por exemplo. Não vou deixar o valor porque ele varia muito, de acordo com os passeios escolhidos, época do ano, número de pessoas etc. Incluía os traslados (saindo e voltando para São Luís) e entre as três bases, passeios e entradas. As hospedagens deveriam ser reservadas a parte. Mas deixo a informação para saberem que existe essa possibilidade/facilidade se você estiver com mais de 4 pessoas contigo.
Outra empresa que eu estava acompanhando mas não cheguei a cotar foi a Jurema Turismo. O bom é que pelo site mesmo você já vê os passeios disponíveis e os preços de cada um para ter uma ideia.
Outra empresa que também oferece passeios pelos Lençóis é a Gi Connect, que eu comentei acima como serviço de transfer entre São Luís e Barreirinhas.
Na minha opinião, a maior vantagem em ir em um grupo privado é a possibilidade de montar o seu próprio roteiro e não correr o risco de ir nas lagoas mais populares e consequentemente mais cheias. Tem lagoas menos famosas que são igualmente ou até mais bonitas. Foi o que fizemos no nosso primeiro dia, fomos em uma lagoa sem nome ver o pôr-do-sol e além de ter sido incrível, estava somente nosso grupo lá.
Antes de decidir sua agência, é importante fazer uma pesquisa sobre ela. Quando eu não conheço ninguém que tenha feito o serviço, procuro muito por opiniões do TripAdvisor antes de fechar, por exemplo. Outra dica é ver se caso você feche todos os passeios com a mesma agência (especialmente se tiver em várias pessoas) e ver se consegue um desconto por fechar vários ao mesmo tempo. Fiz isso com a agência de Natal, onde fechei os cindo dias de passeios com a mesma agência e conseguimos um pacote bem legal.
O que levar para os Lençóis Maranhenses?
Basicamente tem duas coisas indispensáveis para levar aos Lençóis: protetor solar (dia de passeio pelas lagoas não tem sombra nenhuma, então capriche e reforce várias vezes ao dia). Eu levei também um em spray pra facilitar de reaplicar lá, porque com toda a areia atrapalha.
Outra coisa é boné ou chapéu. Eu não levei e consegui queimar o couro cabeludo, hahaha.
E bônus, uma canga, caso você goste de ficar deitada tomando um sol. Eu levei, mas usei pouco porque fiquei todo o tempo nas lagoas, é bom demais! (mas acabava ajudando pra não precisa colocar o short na hora de mudar de lagoa e entrar na jardineira.)
Ah, e é bom levar também repelente. Não tanto nos passeios, mas à noite na cidade pode ter mosquitos.
Ficou com alguma dúvida? Já já saem os posts sobre nosso dia em São Luís e o roteiro que fizemos com a expedição da Sthe. 🙂
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