O Museu da Imigração fica na cidade de São Paulo, entre os bairros da Mooca e do Brás e a estação de metrô mais próxima é a do Bresser-Mooca. Na época de funcionamento, ele tinha uma ligação de trem direta saindo do Porto de Santos e levando as pessoas que chegavam de navio, direto para a hospedaria.
O local onde hoje é o Museu da Imigração funcionou como uma hospedaria de imigrantes entre os anos de 1887 e 1978. Esses imigrantes eram das mais diversas nacionalidades e chegaram ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café e na indústria que estava começando a crescer, além de buscar melhores condições do que seus países de origem, já que muitos estavam em guerra. Também teve um período que brasileiros que vinham de outras regiões do Brasil também passavam pela hospedaria, então além de estrangeiros, eles recebiam brasileiros que chegavam em São Paulo. Lá tinha hospital, farmácia, correios, lavanderia e uma agência de empregos para auxiliar na colocação.
Hoje o Museu apresenta móveis, objetos, documentos e conta história das pessoas que chegaram ali. Foram cerca de 3 milhões que deixaram tudo para trás e chegavam aqui sem contatos e buscando melhores condições de vida. É muito interessante e emocionante pensar nessas histórias, ao mesmo tempo que nos leva a refletir sobre nossas origens e passado familiar.
Ficamos sabendo de várias curiosidades, como por exemplo, você sabia que naquela época, nas longas viagens de navio, as malas também eram extraviadas? E como encontrar, sem nenhuma tecnologia de rastreio? As malas até eram encontradas, meses depois e deixadas de volta na hospedaria, mas os donos já estavam longe em suas novas casas. Aí eles colocavam anúncio nos jornais, mas a maioria nunca retornava para buscar. Assim, alguns artigos expostos no museu são dessas malas, outros são de doação ou que já eram da hospedaria e ali ficaram.
De certa forma, o local ainda é um lugar de receber e cuidar de pessoas: cerca de 70% do espaço que antes era uma hospedaria, hoje é uma casa de acolhimento para homens em situação de vulnerabilidade e 30% é o Museu da Imigração.
No final do nosso passeio, tomamos um café da manhã maravilhoso e super caprichado. Essa cesta vai ser vendida nos finais de semana e você pode encomendar a sua no café do museu. Ali tem mesinhas e gramas, eles dão as toalhas de xadrez vermelho, é muito bonito e completo, recomendo demais essa experiência!
O Museu da Imigração tem um acervo físico contendo objetos, publicações e outros registros, além de um extenso acervo digital contendo cópias digitalizadas de registros de matrícula, listas de bordo, requerimentos, cartas de chamada, iconografia, cartografia e jornais. Tudo está disponível pelo site oficial ou presencialmente, onde você pode contar com a ajuda deles para pesquisar documentos específicos (eles nos contaram que recebem muitos pedidos de documentação para duplas cidadanias).
O Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) fomenta pesquisas relacionadas à história e imigração, desenvolvendo exposições e artigos.
Nos trilhos do trem que ligavam o Porto de Santos à hospedaria, hoje funciona uma Maria Fumaça nos finais de semana (não faz o caminho até Santos, é um de 30 minutos). São vários passeios por dia, os ingressos podem ser comprados na hora. Todas as informações nesse link.
A prefeitura de São Paulo tem uma iniciativa chamada Vai de Roteiro, com 16 tours guiados e gratuitos em São Paulo e o Museu da Imigração está entre eles. Para participar, consulte dias e horários e faça sua reserva seguindo as informações desse link.
O Museu funciona de terça a sábado, das 9h às 18h, e domingo, das 10h às 18h. (A bilheteria fecha às 17h). A entrada custa R$ 16 e há meia entrada. Você pode consultar com mais detalhes clicando aqui.
Foi um passeio que me surpreendeu demais e que recomendo para todos ir pelo menos uma vez conhecer. Já já saem mais posts sobre passeios em São Paulo.
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