Last Updated on 27 de agosto de 2023 by @thaiskw
No nosso roteiro de 20 dias no Japão, durante nossos dias em Hiroshima, fizemos um bate-volta para Miyajima, como contei nesse post. Enquanto isso, meus pais e minha irmã foram para uma ilha um pouco mais longe, Naoshima, conhecida pelos amantes de artes e arquitetura. Pedi que minha irmã fizesse um relato contando sobre o dia deles, como chegar em Naoshima e o que ver por lá:
[Quanto custa viajar para o Japão?]
O que é a ilha de Naoshima?
Naoshima é vilarejo de pescadores que foi transformado em um museu de arte e arquitetura a céu aberto. Fica na região de Kagawa, mais ao sul do Japão e tem como cenário o Mar Seto, que forma uma paisagem linda.
Naoshima é uma das três ilhas (Teshima e Inajima são as outras duas) que faz parte da Benesse Art Site. As ilhas receberam investimentos do bilionário japônes Soichiro Fukutake que juntamente com o governo local buscou novas formas de incentivar o turismo e o crescimento econômico da região.
A Ilha de Naoshima é dividida em três áreas: Benesse, Honmura e Miyanoura. Miyanoura é onde está o porto principal, Benesse onde estão os principais museus e Honmora o outro porto e algumas casas do projeto.
Como chegar em Naoshima?
Nossa ideia original era ir para lá no dia que saímos de Osaka, antes de chegar em Hiroshima e levaria menos de duas horas. Mas além do cansaço e das malas, estava chovendo nesse dia decidimos seguir direto para Hiroshima. Como eu queria muito ir para lá optei por não ir para Miajima – apesar da distância e de saber que não teria muito tempo. Como estávamos com nossos JR Pass o trajeto de trem estava coberto até o porto de embarque para o ferry. O trajeto todo entre Hiroshima e Naoshima levou 3 horas.
Você precisa chegar na estação de Okayama (usamos o Google Maps de onde estávamos saindo – a estação de Hiroshima) e pegue o trem em direção a Uno Port (tívemos de fazer baldeação na estação Chayamachi). A estação de trem de Uno fica bem em frente ao porto, só atravessar a rua e ele estará na sua direita.
O terminal de chegada na ilha é um projeto do escritório Saana, e logo ao lado fica a Red Pumpkin da Yayoi Kusama dando boas vindas e uma instalação do Sou Fujimoto.
*Yayoi Kusama é uma famosa artista plástica japonesa. Atualmente está em colaboração com a Louis Vutton e é possível ver várias intervenções artísticas com suas obras em algumas cidades como Tóquio e Paris.
Esse trecho marítimo de ferry não é coberto pelo passe e custa 470 ienes ida e volta, mas a oferta de horários não é muito grande, cerca de um por hora e ficamos 40 minutos esperando pela saída.
O que fazer em Naoshima?
Para se locomover na ilha usamos o ônibus local que custa 100 ienes por trecho, mas também não haviam muitas opções de horário, por isso é importante planejar os tempos em cada lugar.
Chegamos na ilha por volta de 11:20 (saímos no trem de 8:20 de Hiroshima). Optamos por aguardar o ônibus para o Chi chu Museum – o que eu mais queria conhecer. Ele não é direto e precisa fazer uma troca por um ônibus da Benesse (esse é gratuito). Essa troca de ônibus até a Benesse iria demorar e tínhamos horário marcado dos ingressos, então resolvemos ir à pé e recomendo esse trajeto, o caminho é lindo margeando o mar, e cheio de obras de arte.
PS: A caminhada leva meia hora seja saindo desse ponto ou do porto. Esse caminho é mais interessante já que nesse ponto estão várias obras incluindo o símbolo da ilha – a Yellow Pumpkin – recém recolocada após ser levada em um tufão.
Meu principal objetivo era vistar o Chi chu Museum (em tradução literal é museu no meio da terra, pois ele é subterrâneo) projetado pelo arquiteto japonês Tadao Ando. Para esse museu precisa de reserva e não são vendidos ingressos no local, comprei no trem quando estávamos a caminho e por sorte, ainda havia disponibilidade. Custou 3100 ienes por pessoa: https://benesse-artsite.jp/en/general-information-2020.html
O museu brinca com a geometria, luz, sombra e arte. São apenas três artistas com espaço de exposição: uma sala com quadros do Monet, uma obra de James Turrel (a mais supreendente, sem spoilers) e de Walter di Maria que também foge ao convencional. Foi uma visita incrível e que valeu muito a pena.
Almoçamos no café do museu, que já vale uma visita só pela vista. Gastei cerca de 980 ienes por um sanduíche e uma tortinha doce.
A partir daqui nos acertamos com os horários do ônibus, tínhamos conferimos antes de entrar no museu. Dali fomos até Honmura para visitar o Ando Museum – 500 ienes. Contudo achei o museu pequeno, com alguns croquis e maquetes dos projetos do arquiteto, em uma casa tradicional que foi transformada internamente por ele.
Andamos um pouco pela região, e pegamos novamente o ônibus para voltar para Miyanoura e explorar um pouco por ali. Ainda tem a famosa casa de banho I love Yu, um trocadilho com Yu que em japônes significa água quente, onde os visitantes podem tomar banho tradicional japônes (sentô).
Assim foi nosso dia curto por Naoshima, valeu a pena e fiquei muito feliz em conhecer. Agora quero voltar para aproveitar melhor os outros museus e quem sabe ficar hospedada por lá (na Benesse House é meu sonho). Entre os outros museus tentaria ir no Lee Ufan que vi apenas por fora, na própria Benesse House e dar um pulo em Teshima (a ilha vizinha) para conhecer o museu de lá também.
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