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Ásia Japão Takayama

Como é se hospedar em um Ryokan no Japão – pousada típica japonesa

Last Updated on 20 de fevereiro de 2023 by @thaiskw

Além do hotel-cápsula, teve outro tipo de hospedagem que estava na minha listinha de curiosidades no Japão: me hospedar em uma pousada típica japonesa, chamada de ryokan. É um tipo de experiência em que você fica ainda mais imersa na cultura: de roupas, alimentação, atendimento. Algumas oferecem também o onsen, banho nas águas termais. Nossa escolha foi um ryokan em Takayama e vou contar nesse post como foi para nós.

[20 dias no Japão: roteiro completo]

O que é um ryokan?

Ryokan é o tipo de hospedagem que mais vai aproximar o viajante à cultura japonesa. Isso porque é uma acomodação tradicional quase que no estilo all inclusive, em que o hóspede dorme nos tatamis com futons, tem jantar e café da manhã típicos japoneses, pode vestir os yukatas e se banhar em ôfuros e onsens. Tudo isso junto com o omotenashi, a arte japonesa de receber, de cuidado e de atenção.

foto de cima, mostrando um chá verde em uma bandeja pequena, com um doce pequeno quadrado ao lado

O chá que tinha nos esperando quando chegamos

Quanto custa se hospedar em um ryokan?

Por ser um serviço completo e diferenciado, ficar em um ryokan custa sim um valor consideravelmente mais alto do que hotéis comuns. Existem ryokan bem pequenos e exclusivos e outros maiores. Os preços variam muito. Nós ficamos em um menos caro, mas com boas avaliações. Muitas pessoas – inclusive nós – ficamos no ryokan somente por uma noite, no outro dia na mesma cidade mudamos para outro hotel mais barato.

Éramos em cinco pessoas e dividimos o quarto, o que ajudou a baixar um pouco o preço. Pegamos o quarto e as refeições no estilo oriental – é possível pedir quarto ocidental (quarto comum) com refeições também comuns, caso tenha alguém no grupo com algum tipo de restrição (as comidas são realmente bem diferentes). O quarto era grande e o banheiro só nosso (no vídeo do Youtube vou mostrar com detalhes). Além disso, estava incluso no valor o serviço de eles nos buscarem e levarem para a estação de trem. A única coisa que pagamos à parte foram as bebidas do jantar, porque pedimos umas cervejas para experimentar.

Na hora da reserva, preste atenção ao que já está incluso no preço: refeições, se o banheiro é privado e se tem alguma taxa adicional não incluída.

Onde encontrar ryokans?

É possível encontrar um ryokan em quase todas as cidades mais visitadas do Japão e as opções são inúmeras, de todo estilo, preço, etc. Nós optamos por Takayama (roteiro na cidade aqui), uma cidade menor, na montanha, onde passamos duas noites (só uma na pousada) e achamos o valor mais em conta. Mas tem algumas em Kyoto, Tóquio, Hakone etc. Vou deixar abaixo algumas opções que encontrei, mas tem MUITA opção pra procurar:

  • Takayama: Honjin Hiranoya – o nosso. Abaixo vou falar da nossa experiência, mas adianto que amamos 🙂
  • Takayama: Ryokan Tanabe – esse é bem famoso e dependendo da época, difícil de conseguir reservas, parece ser lindo.
  • Kyoto: Seryo – Fica mais afastado da cidade, o que não deve ser problema se a intenção é aproveitar o lugar. O preço é mais alto que os anteriores, mas parece ser incrível!
  • Kyoto: Seikoro: Esse é do ano de 1831 e fica dentro da cidade. Está na minha lista para a próxima vez.
  • Tóquio: Yuen – Lindo e com bom preço, mas na descrição não fala do café da manhã e do jantar, mas tem nas fotos, então verifique o que está incluso.
  • Tóquio: Kaminarimon
  • Hakone: Ashinoko Hanaori – Localização excelente, em frente ao lago Ashi.
  • Hakone: Suimeisou – perto da estação de Hakone.
  • Lago Kawaguchiko: Onsen Konanso – esse lago tem vista para o Monte Fuji, mas eu não fui porque achei o deslocamento mais trabalhoso, mas irei na próxima com certeza.
  • Lago Kawaguchiko: Yumedomo
Foto tirada do terceiro andar, onde abaixo se vê uma ponte vermelha, passando um rio embaixo com árvores verdes e laranjas ao fundo junto com algumas casas.

A vista do nosso quarto, perfeita <3

Como foi a nossa experiência em um ryokan?

Nosso ryokan era um pouco mais barato quando comparado com outros na região, mas como tinha boas avaliações, decidimos ficar lá. Takayama tem várias das construções tradicionais e antigas onde funcionam algumas das pousadas e que ajuda no clima de pousada tradicional. Já a nossa era um prédio (baixinho de uns 4 andares). Mas isso não influenciou em nada nossa experiência.

Chegamos em Takayama de trem vindos de Tóquio, mas não usamos o transfer para sair da estação pela pousada porque eu não tinha certeza do horário da nossa chegada com a antecedência que eles pediam. Fomos então à pé – levamos uns 15 minutos até lá puxando as malas.

No check-in eles pedem que a gente escolha os horários para jantar e para o café da manhã. Pedimos o jantar às 19h e o café da manhã às 8h30. Precisa ser bem pontual, porque eles deixam tudo prontinho pra gente e tem os horários depois. É nesse momento que você também pede as bebidas alcóolicas, nós pedimos três rótulos de cervejas diferentes para experimentarmos e são pagas à parte no check-out.

Então subimos para o quarto, nossas malas já estavam lá dentro e tinha um chá com wagashi (é um docinho para acompanhar o chá) nos esperando. Foram esses detalhes que nos encantaram muito. O Adam foi uma espécie de mordomo: serviu os chás, explicou como funciona tudo no hotel, trouxe os yukatas, meias (essas com dedos pra usar com os chinelos e ficam de presente pra gente). Ele era europeu e minha mãe e minha tia que falam japonês e disseram que ele fala muito bem. Comigo e com a minha irmã, usamos o inglês.

Saímos para andar um pouco pela cidade (o hotel é muito bem localizado, perto das ruas mais famosas de Takayama). Como estava anoitecendo por volta das 17h e todo o comércio foi fechando, voltamos pro ryokan pra tomar banho e nos vestir com os yukatas para o jantar.

Nosso jantar, todo mundo à caráter

Muitos ryokans também tem onsens, banho nas águas termais. Esse tem, é separado masculino e feminino e as pessoas ficam peladas, por isso não pode tirar fotos. Tem uma sala antes, de vestir e é preciso se banhar antes de entrar. É bem relaxante. Normalmente não pode entrar pessoas que tem tatuagens (o Japão ainda é muito conservador com relação a isso), mas minha irmã tem, perguntou e eles falaram que tudo bem.

Nosso jantar foi servido em outro quarto e quando chegamos as mesas já estava arrumadas. Eu sou alérgica a camarão, avisei e meu cardápio era diferente dos outros. O Adam veio trazendo uma sequência de vários pratos e explicando o que era em cada um. Não tem nada a ver com a comida japonesa que comemos nos restaurantes aqui no Brasil. Eram peixes diferentes, raízes, algas etc. Tinha também salmão grelhado e Hida Beef (é bife de wagyu da região de Hida).

A entrada, tiveram outros pratos e a sobremesa

Uma das sopas, nem sei dizer tudo o que tinha dentro, haha

Esse era o Hida Beef, a gente mesmo grelhava

 

Enquanto estávamos jantando, nossas camas no futton – no chão, estilo oriental – foram arrumadas no quarto. Eles tem a opção de camas comuns também, você escolhe na hora da reserva.

Nosso quarto, pra cinco pessoas

No dia seguinte, descemos no horário do nosso café da manhã e de novo tivemos um menu bem diferente: sopas, peixe, arroz, missô. Tudo super bem servido, mal dei conta. Também tinha uma estação com café e chás, pra se servir a vontade.

Olha esse café da manhã!

 

Espaço onde era servido o café

Após o café da manhã, voltamos pro quarto, fechamos nossas malas e fomos passear pela cidade. Tem todos os detalhes no post sobre Takayama. Perto do horário de check-out, voltamos pro hotel e pegamos a mala. Eles ofereceram pra nos levar até a estação e como o hotel que íamos ficar nessa segunda noite era bem em frente, aceitamos. O restante do nosso segundo dia foi em Shirakawa-go, conto mais nesse post. 🙂

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Outros posts sobre o Japão:

[Dicas e informações para organizar sua viagem ao Japão]

[Como tirar o visto de turismo japonês]

[O que é e como usar o JR Pass no Japão?]

[Roteiro em Tóquio]

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