Ryokan é o tipo de hospedagem que mais vai aproximar o viajante à cultura japonesa. Isso porque é uma acomodação tradicional quase que no estilo all inclusive, em que o hóspede dorme nos tatamis com futons, tem jantar e café da manhã típicos japoneses, pode vestir os yukatas e se banhar em ôfuros e onsens. Tudo isso junto com o omotenashi, a arte japonesa de receber, de cuidado e de atenção.
Por ser um serviço completo e diferenciado, ficar em um ryokan custa sim um valor consideravelmente mais alto do que hotéis comuns. Existem ryokan bem pequenos e exclusivos e outros maiores. Os preços variam muito. Nós ficamos em um menos caro, mas com boas avaliações. Muitas pessoas – inclusive nós – ficamos no ryokan somente por uma noite, no outro dia na mesma cidade mudamos para outro hotel mais barato.
Éramos em cinco pessoas e dividimos o quarto, o que ajudou a baixar um pouco o preço. Pegamos o quarto e as refeições no estilo oriental – é possível pedir quarto ocidental (quarto comum) com refeições também comuns, caso tenha alguém no grupo com algum tipo de restrição (as comidas são realmente bem diferentes). O quarto era grande e o banheiro só nosso (no vídeo do Youtube vou mostrar com detalhes). Além disso, estava incluso no valor o serviço de eles nos buscarem e levarem para a estação de trem. A única coisa que pagamos à parte foram as bebidas do jantar, porque pedimos umas cervejas para experimentar.
Na hora da reserva, preste atenção ao que já está incluso no preço: refeições, se o banheiro é privado e se tem alguma taxa adicional não incluída.
É possível encontrar um ryokan em quase todas as cidades mais visitadas do Japão e as opções são inúmeras, de todo estilo, preço, etc. Nós optamos por Takayama (roteiro na cidade aqui), uma cidade menor, na montanha, onde passamos duas noites (só uma na pousada) e achamos o valor mais em conta. Mas tem algumas em Kyoto, Tóquio, Hakone etc. Vou deixar abaixo algumas opções que encontrei, mas tem MUITA opção pra procurar:
Nosso ryokan era um pouco mais barato quando comparado com outros na região, mas como tinha boas avaliações, decidimos ficar lá. Takayama tem várias das construções tradicionais e antigas onde funcionam algumas das pousadas e que ajuda no clima de pousada tradicional. Já a nossa era um prédio (baixinho de uns 4 andares). Mas isso não influenciou em nada nossa experiência.
Chegamos em Takayama de trem vindos de Tóquio, mas não usamos o transfer para sair da estação pela pousada porque eu não tinha certeza do horário da nossa chegada com a antecedência que eles pediam. Fomos então à pé – levamos uns 15 minutos até lá puxando as malas.
No check-in eles pedem que a gente escolha os horários para jantar e para o café da manhã. Pedimos o jantar às 19h e o café da manhã às 8h30. Precisa ser bem pontual, porque eles deixam tudo prontinho pra gente e tem os horários depois. É nesse momento que você também pede as bebidas alcóolicas, nós pedimos três rótulos de cervejas diferentes para experimentarmos e são pagas à parte no check-out.
Então subimos para o quarto, nossas malas já estavam lá dentro e tinha um chá com wagashi (é um docinho para acompanhar o chá) nos esperando. Foram esses detalhes que nos encantaram muito. O Adam foi uma espécie de mordomo: serviu os chás, explicou como funciona tudo no hotel, trouxe os yukatas, meias (essas com dedos pra usar com os chinelos e ficam de presente pra gente). Ele era europeu e minha mãe e minha tia que falam japonês e disseram que ele fala muito bem. Comigo e com a minha irmã, usamos o inglês.
Saímos para andar um pouco pela cidade (o hotel é muito bem localizado, perto das ruas mais famosas de Takayama). Como estava anoitecendo por volta das 17h e todo o comércio foi fechando, voltamos pro ryokan pra tomar banho e nos vestir com os yukatas para o jantar.
Muitos ryokans também tem onsens, banho nas águas termais. Esse tem, é separado masculino e feminino e as pessoas ficam peladas, por isso não pode tirar fotos. Tem uma sala antes, de vestir e é preciso se banhar antes de entrar. É bem relaxante. Normalmente não pode entrar pessoas que tem tatuagens (o Japão ainda é muito conservador com relação a isso), mas minha irmã tem, perguntou e eles falaram que tudo bem.
Nosso jantar foi servido em outro quarto e quando chegamos as mesas já estava arrumadas. Eu sou alérgica a camarão, avisei e meu cardápio era diferente dos outros. O Adam veio trazendo uma sequência de vários pratos e explicando o que era em cada um. Não tem nada a ver com a comida japonesa que comemos nos restaurantes aqui no Brasil. Eram peixes diferentes, raízes, algas etc. Tinha também salmão grelhado e Hida Beef (é bife de wagyu da região de Hida).
Enquanto estávamos jantando, nossas camas no futton – no chão, estilo oriental – foram arrumadas no quarto. Eles tem a opção de camas comuns também, você escolhe na hora da reserva.
No dia seguinte, descemos no horário do nosso café da manhã e de novo tivemos um menu bem diferente: sopas, peixe, arroz, missô. Tudo super bem servido, mal dei conta. Também tinha uma estação com café e chás, pra se servir a vontade.
Após o café da manhã, voltamos pro quarto, fechamos nossas malas e fomos passear pela cidade. Tem todos os detalhes no post sobre Takayama. Perto do horário de check-out, voltamos pro hotel e pegamos a mala. Eles ofereceram pra nos levar até a estação e como o hotel que íamos ficar nessa segunda noite era bem em frente, aceitamos. O restante do nosso segundo dia foi em Shirakawa-go, conto mais nesse post. 🙂
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