Eu gosto de muitas cidades por razões diferentes e eu não tinha uma minha preferida no mundo. Mas isso foi até conhecer Tóquio. Tóquio reúne modernidade e antiguidade, natureza, boas comidas, excelente transporte público e apesar de ser a cidade mais populosa do mundo, é surpreendentemente mega organizada. Por ter tantas possibilidades de uma grande cidade, foi um roteiro difícil de organizar. Mas saí de lá encantada, com todas as minhas expectativas superadas e com muitos planos de voltar em breve.
Nós adiantamos várias coisas no aeroporto: pegamos nossa pocket-wifi nos correios (previamente encomendada), trocamos dinheiro (estava em uma conversão boa e valeu a pena) e deveríamos ter trocados os tickets do JR, mas o office fechava às 17h e quando passamos já tinha fechado.
Em seguida, pedimos informação para saber como chegar em Tóquio pelo menor preço. Nos informaram pra pegar a Keisei Line e assim fomos. O bilhete compramos na máquina e custou 1370 ienes. Levamos pouco mais de uma hora até Hamamatsucho, onde íamos ficar na primeira noite em um hotel-cápsula. Usamos muito o Google Maps pra traçar rotas e ver quais trens pegar, sempre deu certo 😉
Outra maneira de sair do aeroporto de Narita é pegar o Narita Express (custa cerca de 2030 ienes, mas se o seu JR Pass estiver ativo você pode usar ele).
Tóquio é uma cidade enorme e cada bairro tem suas vantagens e desvantagens. Na minha opinião, o mais importante é encontrar um lugar que seja próximo à uma estação de trem. Em minhas hospedagens eu busco além da localização, conforto e bom preço – não tem luxo. Nós optamos por Shinjuku, por ser um bom custo-benefício, mas vou deixar aqui algumas opções que eu tinha salvo:
Hotel Sunroute Plaza Shinjuku (o que eu fiquei, reservamos com antecedência e conseguimos um bom preço)
Hotel Henn na Maihama (o que eu fiquei próximo da Disney)
Hotel Cápsula em Hamamatsucho (que fiquei no primeiro dia)
Henn na Hamamatsucho (o que meus pais ficaram enquanto eu e minha irmã estávamos no cápsula)
Shibuya Excel Hotel Tokyu (esse é um pouco mais caro, mas a localização parece ser incrível)
Nosso primeiro dia inteiro em Tóquio, depois de uma noite bem dormida no nosso hotel-cápsula. Pedimos pra deixar as malas lá pra buscarmos mais tarde e ficaram sem problemas. Estávamos em Hamamatsucho, bem pertinho da Tóquio Tower, então fomos lá perto a pé, antes de tomar café da manhã. Não nos aproximamos muito porque a fome bateu e apesar de a região ter alguns restaurantes, não achamos uma boa opção rápido e acabamos indo no McDonalds, haha. O combo com sanduíche, café e um bolinho de batata foi 380 ienes (mais ou menos R$ 13).
De lá, colocamos as direções no Google Maps e chegamos bem fácil em Asakusa, queríamos visitar o templo Senso-ji.
É um templo budista e o mais antigo de Tóquio, do ano de 645. Porém, o que vemos lá é uma reconstrução, a estrutura original foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial.
Na entrada fica o Portão Kaminarimon e ao lado uma lanterna de 700kg. Antes de chegar no templo, tem a rua Nakamise Dori, com várias lojinhas de souvenirs e comidas típicas (uma pena a gente ter tomado o café da manhã antes, lá é um ótimo lugar pra ir comendo várias coisas). Chegamos pouco antes das 10h e algumas lojas ainda estavam abrindo, então fomos no templo e passamos nas lojas na volta. Já no templo, quanto mais tarde você for, mais cheio ele estará, acho que fomos em um bom horário pra ver junto com as lojas abertas.
Aliás, a Nakamise Dori foi um dos nossos lugares preferidos para comprar lembrancinhas, tanto pela variedade como pelo preço. Uma pena que foi nossa primeira parada e não tínhamos referências, mas fica a dica para quem ainda vai.
O templo é lindo e tem entrada gratuita, mas é preciso prestar atenção atenção aos horários, a maioria deles fecha cedo – principalmente no outono, época que eu fui. Mas li também que à noite ele tem uma iluminação especial, mas não voltamos para ver :(. Lá dentro, tem vários rituais para você fazer que atraem sorte, saúde ou prosperidade, eu fiz quase todos. Também tem a venda de muitos amuletos para todo o tipo de necessidade.
Depois caminhamos um pouco mais na região de Asakusa e que bairro legal, amamos. Pena que como compramos a atração seguinte, não passeamos mais por lá. Mas em uma próxima vez vou reservar um tempinho pra desbravar mais essa área.
O dia estava lindo e enquanto estávamos no templo, decidimos comprar a entrada para o Sky Tree, a torre de observação mais alta de Tóquio – e que você enxerga do Senso-ji. Compramos de lá porque achávamos que no balcão é um pouco mais caro (e é, mas quando se compra para o mesmo dia, online e na hora ficam o mesmo preço, haha). Já tínhamos colocado a Sky Tree para visitarmos, mas não tínhamos deixado esse ingresso comprado. Para quem vai em alta temporada ou faz muita questão de conhecer, recomendo que compre com antecedência. Nós compramos o que acessa o Tembo Galleria (450m) e o Tembo Deck (350m) e custou 3100 ienes (cerca de R$ 120).
Mais uma vez, colocamos no Google Maps e fomos a pé. O dia estava uma delícia para caminhar e o Google marcava só 20 minutos. Atravessamos o Rio Sumida e tivemos vistas lindas da cidade.
Chegamos lá e precisamos trocar o ingresso que compramos online pelo ticket, mas foi tudo bem rápido, em seguida entramos em uma fila e subimos. A vista lá de cima é incrível e dá uma ideia da dimensão da cidade mais populosa do planeta. Em dias bem limpos, é possível ver o Monte Fuji de lá. Nosso dia estava limpo, mas ao longe tinham algumas nuvens, então não vimos nada.
Quando descemos, estava na hora de almoçar e no térreo do Sky Tree tem um shopping, com praça de alimentação e supermercado. Acabamos comendo por lá. Eu pedi um prato com arroz e sashimi e saiu por 980 ienes (cerca de R$ 38) e estava uma delícia. Depois, passeamos um pouco no supermercado que era grandinho pro padrão de Tóquio.
Nessa hora já estava começando a bater um cansaço (nos primeiros dias sentimos mais o fuso e cansávamos cedo) e decidimos ir buscar as malas pra trocar de hotel. Então voltamos pra Hamamatsucho, pegamos nossas coisas e partimos para o nosso hotel em Shinjuku. Depois do hotel-cápsula, um hotel de verdade pra descansar, rs.
Passeamos um pouquinho pela noite em Shinjuku, pegamos oniguiris e outros lanches na 7/11 e voltamos pro hotel.
(Vou deixar esse vídeo aqui embaixo, mas estou colocando toda semana um vídeo novo no Japão, se inscreve lá 😉
Nosso segundo dia inteiro em Tóquio não foi organizado da melhor maneira, então vou escrever aqui o que eu acho que seria ideal, e não como eu fiz, ok?
O Santuário Meiji é um templo xintoísta que fica dentro de um parque lindo em Shibuya. Nós fomos a pé do nosso hotel em Shinjuku (conferimos antes pelo Google Maps), estava um dia bonito e gostoso pra caminhar. Passeamos pelo parque e nos perdemos, pedimos informação e finalmente achamos o templo, haha.
A entrada é gratuita e fomos em um domingo, então estavam acontecendo algumas cerimônias e vimos muitas pessoas vestidas com kimonos super bonitos. Esse templo é dedicado ao Imperados Meiji e sua esposa Shoken.
A construção do templo terminou em 1926, mas ele também foi destruído na Guerra, sendo essa uma reconstrução, de 1958.
Na saída você vai ver uma parede enorme feita de barris de saquê. Eles são doações de famílias ricas e empresas.
De uma das saídas do Meiji-Jingu você sai na rua da estação de Harajuku. Dali, pode explorar um pouco mais um bairro e se ainda não tiver tomado café da manhã, achar um lugar por aqui:
De Harajuku você chega a pé em Shibuya e nesse bairro – que pra mim é um dos símbolos de Tóquio – tem muita coisa pra ver e fazer, dá pra passar o dia todo por ali. Minha dica é que você coloque os pins no mapa, assim traça uma rota pra ir no que estiver mais perto:
No nosso terceiro dia, que também foi bem cheio, mas uma delícia e cheia de lugares legais.
Começamos indo bem cedo no Meiji-Jingu, mas se você seguir minha dica, já terá ido no dia anterior. Depois, fomos ao Team Lab Planets, que fica em Odaiba e demoramos quase uma hora pra chegar lá. Nosso horário era 9h30.
O Team Lab é um museu de arte imersivo/interativo. São salas que misturam arte digital, natureza, tecnologia e sensações. É super concorrido e precisa comprar os ingressos com antecedência no site oficial. Custa 3500 ienes por pessoa – cerca de R$ 138.
Antes de começar a visita, eles pedem que todo mundo tire os calçados e levante a calça para cima da canela. Eles oferecem guarda-volumes. É porque algumas salas são com água e pra não ficar desconfortável, evite ir com meia-calça, saia porque tem salas espelhadas e calças que são justas – foi o caso da minha, não subiu muito e molhou.
É um lugar de experiência e fotos, por isso entendo que não é todo mundo que ama lugares assim. Eu gostei muito porque foi bem diferente de outros lugares que visitei. O Team Lab vai fechar no final de 2023.
Ao sair do Team Lab, colocamos Ginza como destino no Google Maps e nesse caminho ele passa também pelo Tsukiji Market. Nós não fomos, mas se der tempo, sugiro que você dê uma passada por lá, li que é bem interessante e como é no caminho, vale a pena.
Antigamente era o famoso mercado de peixes, onde tinham aqueles leilões de atum que apareciam na TV. Esse mudou para Toyosu e se chama hoje Toyosu Market.
Esse mercado são alguns quarteirões com lojas e restaurantes de rua e tido como uma boa opção de comer frutos do mar frescos e outras comidas tradicionais japoneses. Ele funciona das 5h às 14h. No site diz que fecha aos domingos, mas passamos lá em um domingo e estava bem movimentado.
Descesmos próximo à Tokyo Station para tentar trocar os ingressos do JR. Não deu certo, mas conhecemos uma das estações mais famosas e bonitas de Tóquio. De lá, fomos a pé até os jardins do Palácio Imperial.
Caminhamos pelos enormes jardins que são muito bonitos e se você tiver tempo – especialmente no alto do outono e da floradas das cerejeiras – vale percorrer mais dele. Nós caminhos só na parte que leva ao Palácio Imperial, e que não tem muita visibilidade se você não fizer o tour. Essa é a sede administrativa e residência oficial da família imperial. Uma série de prédios compõem o complexo. É possível fazer uma visita guiada, que normalmente acontecem de terça à sábado com dois horários por dia. Pode ser agendado ou tentar a sorte de chegar na hora, eles reservam uma quantidade para ser distribuída para quem já está lá. De manhã o tour é às 10h e à tarde às 13h30. Os tickets para walk-ins começam a ser distribuídos uma hora antes.
Pra gente, olhar de fora foi suficiente. Depois é só atravessar a rua para chegar em Ginza.
Ginza (pronuncia-se guinza) é um bairro de luxo, onde você encontra as marcas mais famosas (e caras) do mundo. É muitas vezes comparada com a região da quinta avenida de Nova York ou a Champs Élysées de Paris.
A avenida principal, Chuo Dori, é onde ficam as maiores lojas e shoppings e é também a rua que fecha nos domingos para os carros. Nesse bairro tem alguns pontos mais famosos, como o edifício da Wako, uma loja de departamentos de luxo.
Nós andamos bastante pra conhecer, fomos entrando em lojas, mas nenhum ponto específico. Almoçamos na praça de alimentação do Tokyu Plaza.
Antes de irmos embora, passamos no relógio do Hayao Miyazaki – um dos animadores e co-fundadores do Studio Ghibli – é um relógio enorme e com animação como um cuco (mas bem mais moderno), que fica dentro de um centro comercial em Ginza.
Saímos de Ginza quase anoitecendo e fomos para um bairro que eu queria ver à noite, porque ele é cheio de letreiros iluminados. Akihabara é o bairro paraíso dos amantes de video games e animes. Aqui tem muitas lojas com esses temas e nós gostamos muito de ficar só passeando e entrando em algumas (mesmo eu não entendendo nada sobre esse universo). Também tinham algumas lojas de eletrônicos e quinquilharias, mas que é interessante de ver. A única coisa que eu comprei foi um carregador portátil pro meu celular, haha. Além disso, nesse bairro ficam os maid cafes, cafés em que as garçonetes servem vestidas de empregada doméstica, com aquelas roupas de animes, sabem? Não entendi qual a graça e acabamos não indo, mas elas ficam em praticamente todas as ruas por lá.
Para jantar, fomos no Kyushu Jangara, um ramen delicioso e em um lugar que parece ser bem raíz, um corredor estreito com as mesas em frente. E por ser um lugar pequeno e de comida gostosa, tem fila de espera. Chegamos pouco antes das 18h e já esperamos um pouquinho, mas indico muito, nós adoramos.
Esse dia foi bem cheio, mas rendeu e foi muito gostoso. Saímos de Akihabara com uma chuvinha fina que estava prevista pro dia inteiro e voltamos pro hotel descansar.
Nosso quarto dia em Tóquio foi uma segunda-feira. Decidimos começar o dia indo tomar café da manhã no Starbucks Reserve Roastery, uma loja do Starbucks que vende cafés raros e especiais e que tem em algumas poucas cidades pelo mundo: além de Tóquio, tem emSeattle, Shanguai, Milão, Nova York e Chicago.
Starbucks Reserve Roastery
Pra chegar lá, que é um pouco mais afastado, saindo de Shinjuku precisamos pegar um metrô e um ônibus, mas deu tudo certo, chegamos por volta das 9h da manhã e estava bem vazio. Li que em alguns horários e especialmente nos finais de semana pode ter uma longa fila de espera, então foi bem acertado ir em uma segunda cedo.
São quatro andares de loja e tem um andar para chás, outro que é um bar e uma confeitaria incrível. O único porém é que por ser um café mais premium, os valores também são premiums, haha. Eu pedi um café brûlée e um pain au chocolat e minha irmã um café raro e um croissant. Tudo foi 2500 ienes (cerca de R$ 95).
De lá, partimos para Yokohama, a segunda maior cidade do Japão. De trem levamos cerca de 30 minutos e passamos o dia por lá. Mas isso vai ser assunto pra outro post.
Chegamos de volta em Tóquio no início da noite e passeamos um pouco mais por Shinjuku. Como já estávamos bem cansados, não fizemos tudo o que gostaríamos, mas nessa região, como visitar o Metropolitan Government Building – prédio do governo com entrada gratuita até o topo e uma ótima opção de vista da cidade. E também visitar o Kabuchiko – conhecido como o Red Light District – uma região mais adulta, com muitos bares e karaokes e segundo dizem, muito frequentado pelos yakuza (mas que dizem ser bem segura para turistas). A poucas quadras dali, fica a famosa cabeça de Godzilla fica no topo do hotel Gracery em Shinjuku.
Outro lugar em Shinjuku que estava na listinha e não deu tempo, foi visitar o jardim Gyoen, que deve ficar ainda mais lindo no outono e na primavera.
A Disney do Japão fica em Chiba, uma cidade na região metropolitana de Tóquio. Pra chegar lá, é só pegar um trem e descer na estação de Maihama. Nós fomos para lá nos últimos dias da viagem, então separamos nossa estadia em Tóquio e acabamos nos hospedando bem pertinho dos parques. Confira um post com mais informações para visitar o parque aqui.
Eu sou muito fã da Disney e esse parque é bem parecido com o Magic Kingdom, mas com um encantamento kawaii que só tem no Japão. Sejam nos produtos, nos personagens ou nas comidas. Amei muito a visita e vou contar tudo nos próximos posts.
Passamos dois dias na Disney e o segundo foi para visitar a Disney Sea e essa não tem comparação com nenhuma outra Disney no mundo. Mas ela também é assunto pra outro post. A única coisa que eu posso adiantar é: compre ingressos com antecedência se você fizer mesmo questão de visitar os parques.
Eu não fiz bate-volta, me hospedei uma noite em Hakone e achei bem cansativo. Mas, se eu fosse novamente, faria um bate-volta de Tóquio – se tiver a disponibilidade de decidir somente quando tiver um dia bem limpo, ainda melhor. Isso que quando fomos o tempo estava bom, mas as nuvens próximas ao Monte Fuji nos impediram de vê-lo 🙁
De qualquer maneira, o post com todas as informações sobre nosso dia em Hakone você encontra aqui.
Existem outras cidades onde é possível ver o Monte Fuji além de Hakone, como o Lago Kawaguchiko.
Esse é um roteiro bem básico em Tóquio e que nos deu MUITO trabalho pra organizar. Faltaram várias coisas que não conseguimos ir, mas a intenção não é só seguir um checklist, é aproveitar. Por isso abrimos mãos de alguns outros lugares, como Roppongi Hills, Ueno, Museu Nacional de Tóquio e muito mais. Mesmo nas regiões que fomos, é impossível ver tudo em uma única viagem. Ajuste suas expectativas e aproveite o que for possível, (mas claro, um roteiro sempre ajuda a tirar o máximo de proveito).
Depois, partimos para Takayama, nossa próxima cidade, onde nos hospedamos em um Ryokan.
Espero ter ajudado 🙂
No Youtube tem uma playlist de cada um desses dias, me segue lá que ainda tenho bastante pra compartilhar.
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